DIAGRAMA DE CONTROLE COM MÉDIA MÓVEL E LIMITE SUPERIOR
Instrução para construção do diagrama de controle Painel SES
Para a construção do diagrama de controle utilizamos a representação gráfica da distribuição da média móvel, seus desvios-padrão semanal e limite superior da incidência observada, em um período de 10 anos. A construção desse diagrama seguiu o seguinte passo a passo:
1. Exportação do banco de dados dos casos de dengue no sistema Sinan Online (Dengue e Chikungunya), considerando uma série histórica 10 anos, seguido de tabulação de CASOS PROVÁVEIS de indivíduos residentes no estado de Goiás, segundo semana epidemiológica de início dos sintomas.
a. Casos prováveis são obtidos a partir da exclusão daqueles cujo a classificação final for DESCARTADO, mantendo os casos com classificação final: IGNORADO, INCONCLUSIVO/BRANCO, DENGUE COM COMPLICAÇÕES, FHD E SCD, DENGUE CLASSICO, DENGUE, DENGUE COM SINAIS DE ALARME, DENGUE GRAVE.
b. Para o ano em análise, usar todos os CASOS NOTIFICADOS.
2. Tabulação dos dados demográficos relativos à população residente para os anos e área de abrangência em análise, utilizando a população estimada – Total (habitantes) disponíveis na série histórica das Estatísticas Municipais do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos.
3. Fazer o cálculo da taxa de incidência dos casos prováveis, distribuída por semana epidemiológica para todos os anos da série histórica e para o número de casos notificados no em análise.
a. Taxa de incidência: Nº de casos na SE em determinado ano de início de sintomas X 100.000 hab.
População residente no ano
4. Identificar e excluir os anos epidêmicos da série histórica, exceto o ano em análise, de forma automática utilizando lógica estatística e matemática.
a. Calcular a primeiro a média móvel, seguido dos desvios-padrão da distribuição semanal das taxas de incidência, utilizando-se um período de cinco semanas (a semana de interesse, acrescida de duas semanas anteriores e duas semanas posteriores), das incidências registradas no período selecionado;
b. Somar a média móvel e os desvios-padrão semanal;
c. Analisar por semana epidemiológica àquelas cujo às taxas de incidência foram maiores que o resultado do somatório descritos no item anterior.
d. Contabilizar o número de SE em que a situação anterior ocorreu na série histórica de 10 anos.
e. Calcular o quartil 1 e o quartil 3 nos anos considerados, identificando o canal epidêmico para série observada.
f. Selecionar os anos com o número de semanas epidemiológicas iguais ou superiores ao quartil 3. Estes serão considerados anos epidêmicos e, portanto, excluídos da análise para expressão gráfica do diagrama de controle.
g. Excluir os dados referentes aos anos epidêmicos;
5. Montar o diagrama de controle a partir do cálculo da média móvel e os desvios-padrão das médias móveis da distribuição semanal dos anos não epidêmicos, utilizando-se um período de cinco semanas (a semana de interesse, acrescida de duas semanas anteriores e duas semanas posteriores), e das incidências registradas no período selecionado.
6. O limite máximo esperado corresponde ao somatório da média móvel e 1,96 desvios-padrão da média móvel. A média móvel corresponde ao limite médio da doença.
7. Representar graficamente (diagrama curvilinear) a distribuição das médias móveis, limite superior e a taxa de incidência para o ano em análise.
8. Quanto a interpretação: quando os valores observados para o ano ultrapassam os do limite máximo da variação esperada, diz-se que está ocorrendo uma epidemia. Dessa maneira, quando uma doença deixa de ocorrer em determinada área, o registro de um único caso pode configurar uma epidemia ou surto.
As orientações
práticas para elaboração do diagrama de controle da dengue podem
ser acessadas no Anexo VIII das Diretrizes Nacionais para a Prevenção
e Controle de Epidemias de Dengue, disponível em :
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_prevencao_controle_dengue.pdf